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Alter do Chão: um lugar para ir três vezes ao ano (ou mais)

Canal do Jari
Vitórias-régias no Canal do Jari, Alter do Chão, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn).

Olha que coisa boa, hein?

Alter do Chão fica a apenas 38 km do centro de Santarém.

Ou seja, se quiser pegar um atalho nesse roteiro e ir diretamente para lá, basta pegar um avião até Santarém. Simples assim.

Nós, as aventureiras deslumbradas,  fomos de embarcação a partir de Belém. Chegamos de madrugada no Porto de Santarém e só havia duas possibilidades para chegar em Alter:

(1) dormir em um um banco de praça até o sol raiar para pegar o bus  no dia seguinte (jamais!)

(2) tirar o escorpião do bolso e pagar 100 reais por um táxi.

Sem titubear, ficamos com a número 2. Fui a primeira a desembarcar (rs) e entrar no táxi.

Se programe para chegar durante o dia, daí você pode tranquilamente pegar um ônibus de linha normal que faz Santarém-Alter do Chão. Eles correm durante o dia, das 6 às 22h e saem baratinho.

Quando ir?

Em julho, setembro ou  novembro. Em cada um desses meses será um Alter diferente. Conforme o nível do Rio Tapajós vai descendo,  os bancos de areia vão aparecendo e as praias se formando. Fomos em julho.

Aceita que dói menos: é rio!!!

Não é mar. Tem o tamanho do mar, a cor do mar, mas é um rio. Difícil de acreditar. O Tapajós é assim, um rio-mar e ponto final.

Rio Tapajós, Alter do Chão, Pará
Tem lugar pra mim aí com vocês? (Foto: Júlia Moretzsohn)

O que fazer por lá?

Depende das suas pretensões. Mas recomendo ir com poucas. Indico o ritual diário de um banho de rio aos entardeceres.

Rio Tapajós
Água quentinha e limpinha. Quer mais o que, hein? (Foto: Júlia Moretzsohn)

Lá é um lugar para se largar, jogar as neuras de cidade grande no Rio Tapajós, acreditar que a paz até existe e que é possível sentar em um banco da praça à noite e relaxar.

Mas como turista não tem sossego (e eu me incluo nesse grupo) e quer conhecer tudinho, tenho alguns lugares bacanas para te indicar

1.Ilha do Amor

Localizada bem em frente à vila. A  travessia demora cerca de 5min e é feita por canoas-taxi que custam R$5,00. Em outubro/novembro, quando o nível do  Rio Tapajós baixa, é possível ir caminhando.

Alter do Chão no Pará
Os táxis-canoas para Ilha do Amor, Alter do Chão, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)

2.Serra da Pira-oca.

Fica na Ilha do Amor. É de lá de cima que se tem aquela vista da Ilha do Amor, que aparece nos cartões  postais. A trilha é leve no começo, um pouquinho mais puxada no final. Deixe para um final de tarde. Fomos bem ao meio-dia e quase sucumbimos desidratadas.

Alter do Chão, Ilha do Amor e Serra da Pira-Oca (Fonte: google maps).
Vista da Ilha do Amor da Serra da Pira-oca, Alter do Chão, Pará.
Vista da Ilha do Amor da Serra da Pira-oca, Alter do Chão, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)

3.Praia Ponta de Pedras, Lago Negro e Ponta do Cururú para o pôr do sol.

Contratamos um lancheiro. Existem vários oferecendo esses passeios na Vila e na Ilha do Amor.

Lago Negro em Alter do Chão, Pará
Lago Negro, seus belos reflexos e um bom exemplo do que acontece com quem negligencia o uso do protetor solar (Foto: Júlia Moretzsohn)

O turismo virou a maior fonte de renda de Alter do Chão, portanto espere preços salgados para os passeios ( tres casas decimais), mas logicamente, tudo negociável.

4.Trilha na FLONA e entardecer na Ponta do Muretá.

FLONA significa Floresta Nacional do Rio Tapajós. Combinamos esse passeio, que dura o dia inteiro, com o mesmo barqueiro do dia anterior. Ele nos pegou cedo na Orla. Nos juntamos a mais um casal e um sociólogo que tinha um ratão e uma jibóia de estimação. A jibóia se alimentava de ratinhos vivos, uma vez por semana. Apenas alguns detalhes, voltemos a FLONA.

O barqueiro nos leva até uma comunidade (tem várias por lá), onde o mateiro-guia, com PhD em Floresta Amazônica e todos os seus segredos (ou boa parte deles), te conduz por uma trilha de 9km mata adentro. No nosso caso, foi o Luis, que fez o percurso desarmado porque um dia um turista (neurótico) achou perigoso. Perigoso é não levar um facão em uma floresta, isso sim. Outra turista queria que o mateiro levasse o filho dela nas costas.  Gente sem noção, nem respeito.  O Luis é um guia, uma pessoa, não é uma mula de carga.

Trilha na FLONA, Alter do Chão, Pará.
Saia de india, durante a trilha na FLONA, Alter do Chão, Pará.
Carangueija amazônica, durante a trilha na FLONA, Alter do Chão, Pará
Carangueija amazônica, durante a trilha na FLONA, Alter do Chão, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)

5.Canal do Jari

Foi um dos passeios que mais gostei. É que sou doida por fauna e flora e a biodiversidade dessa área é incrivel. Foi lá que vimos as vitórias-regias mais lindas do planeta. Contratamos o barqueiro Raimundo, o mesmo dos outros passeios, que nos conduziu em sua poderosa lancha para esse canal.

Canal do Jari, Alter do chão, Pará
No Canal do Jari, vida mansa e feliz (Foto: Júlia Moretzsohn)
Flora do Canal do Jari, Alter do chão, Pará
Olha pra cima e me fala…que ave é essa? (Foto: Júlia Moretzsohn)
Vitórias-regias no Canal do Jari, Alter do Chão, Pará.
Vitórias-régias no Canal do Jari, Alter-do chão, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)

Agora, olha para baixo,  chega mais perto e veja os detalhes das bordas da vitória-regia.

O nosso barqueiro fez uma parada na palafita da Dona Maria Rosangela.

Palafita no Canal do Jari, Alter do Chão, Pará
Palafita da Dona Maria Angela, no Canal do Jari, Alter do chão, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)

Fiquei pensando nesse acesso para o banheiro da palafita à noite. Imagina você na ponte e os olhinhos dos jacarés lá embaixo.

Palafita, Canal do Jari, Alter do Chão, Pará
Uma pequena ponte que conduz ao sanitário limpissimo da palafita (Foto: Júlia Mortzsohn)

Tudo muito limpinho e decorado.

Igarapé no Canal do Jari
Igarapé no Canal do Jari, Alter do chão, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)

Se você gosta de ver jacaré à noite, pode se hospedar na palafita da Dona Maria Rosangela. Combina com ela (fone: 991411729). Além de fazer  umas bolachinhas de castanha deliciosas foi também a remadora da nossa canoa, igarapé a dentro, à procura de jibóias e bichos preguiças. Achamos uma (jibóia). Estava devidamente enrolada. Acho que era para não chocar a audiência urbana, acostumada com concreto e asfalto e cobras somente  em serpentários.

Jibóia empacotada, Canal do Jari, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)
Jibóia no Igarapé, Canal do Jari, Alter do Chão, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)

7.Floresta Encantada

Esse foi o único passeio que não fizemos completamente, o barqueiro apenas nos levou ao inicio da Floresta Encantada. As árvores ainda estavam submersas e o Lago Verde e o Rio Tapajós eram uma coisa só. Quando o nível da água baixa forma-se uma grande porção de areia e o Lago Verde re-aparece. Como disse anteriormente, o jeito e voltar em outros meses do ano, na época da seca amazônica.

Santarém: terceiro municipio mais populoso do Estado, depois de Ananindeua, sabia disso?

Sabe quantos habitantes tem no terceiro municipio mais populoso do Pará? 296.302 habitantes! E nós, aqui no sudeste, acostumados com muito mais gente,hein?

Fomos de busão de Alter para Santarém. Pernoitamos no Hotel Imperador,  simples, básico,  o suficiente para o padrão @malaenxuta.  Gostei da localização. Grudado na Orla.

Avenida Tapajós, a da Orla de Santarem (Foto: Júlia Moretzsohn)
Rua do Porto de Santarém, Santarém, Pará
Vai uma banana? Precisa de Academia? (Foto: Júlia Moretzsohn)

De manhã, fomos na Feira do Pescado que fica na rua do porto.

Mercado de Peixes, SAntarém, Pará
Mercado de Peixes, Santarem, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)
Mercado de peixes, Santarém, Pará
Feira do Pescado, Santarém, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)

Os botos se aproximam para comer os peixes que as pessoas compram e jogam.

Botos atraídos pelos peixinhos jogados pelas pessoas na Feira do Pescado, Santarém, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)
Botos-rosa no Mercado do Pescado, em Santarém, Pará
Botos rosa disputam o peixinho arremessado, Mercado do Pescado, Santarém, Pará (Foto: Júlia Moretzsohn)

O Encontro das Águas do Rios Tapajós e Amazonas, em Santarém, é pouco conhecido. A melhor vista é do Mirante da Praça.

Encontro das águas do Rio Amazonas (marrom) e Tapajós (azul)

Nosso próximo destino foi Manaus, mas dessa vez, pegamos um avião.

Minha filha, companheira e fotógrafa nessa viagem- Fanpage: @júlia moretzsohn photography

Para ver os outros posts sobre essa maravilhosa região do nosso país, é só clicar em cima do título.

Amazônia: um roteiro e uma mala enxuta para 17 dias

Belém: o que ver, curtir e fazer em 4 dias

Subindo o Rio Amazonas: de Belém à Santarém de embarcação

Entra no  insta @malaenxuta. Posto muitas dicas por lá também.

Se tiver algum questionamento, deixe nos comentários, será um prazer responder.

Forte abraço!

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