Como você usa o seu tempo?

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“Precisamos dar valor ao tempo. Cada instante passado se vai para sempre” Alice Herz-Sommer – pianista, sobrevivente do Holocausto, faleceu aos 110 anos.

Você já percebeu como ninguém mais tem tempo?

Tempo virou coisa tão rara que feliz hoje em dia é quem o tem: o tempo.

Todo mundo numa correria danada, numa emendação de compromissos e agendas lotadas.

Você tem tempo para ler esse post?

E para fazer o que realmente gosta?

Para aquilo que lhe dá prazer? Ou está sempre ocupado…ocupado com o quê?

Quais são as suas prioridades nesse mundão globalizado cada vez mais cheio de opções?

Difícil responder, cada um sabe a vida que quer levar.

Vou te contar o que aconteceu comigo…

Durante muito tempo o tempo me possuiu. Não era eu que mandava nele, mas ele que mandava em mim.

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Não tinha nenhum controle sobre como usá-lo, pelo contrário, era usada por ele, o tempo todo. A mulher polvo, conhece?

Surgiam as demandas e lá ia eu toda sorrateira, mas nem sempre feliz, atendê-las.

Concordo que, talvez, naquela época fosse mais difícil mesmo, mas a vida muda e é preciso repaginá-la. Foi isso que fiz.

Não sei exatamente quando foi, e isso, inclusive, não é importante, é perda de tempo. Em algum momento aprendi a questionar, a pensar e refletir mais, antes de impulsivamente, sair fazendo, obedecendo ou simplesmente acompanhando os outros, no chamado efeito “manada”.

Nesse dia percebi o poder incrível de uma simples palavra e de duas únicas perguntas.

A palavrinha curtinha e adorável era essa: “Não”. Simples assim: N-A-O, til no A!

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Um não para fora, pode ser um sim para dentro

Você nem imagina o poder dessa palavrinha no uso do tempo

No começo eu vacilava um pouco, me preocupava com o que os outros iriam pensar, achar,  como me julgariam, como iriam interpretar minhas negativas, minhas recusas, essa rebeldia toda.

Mas depois, aos poucos, comecei a soltar um nãozinho aqui, outro lá e percebi que as reações eram bem diferentes das que eu tinha imaginado.

Comecei a ser mais respeitada. Isso mesmo.

Daí prá frente foi bem mais fácil, perdi a vergonha e desavergonhadamente respondia um NÃO, tão tranquila e sinceramente, que até parecia um “sim”.

Na verdade era um sim para dentro, para mim mesma, para a minha vontade e desejo.

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A escolha é sua

Mas não fique pensando que foi assim uma atitude desvairada, impensada, infantil.

Havia um embasamento, um alicerce, que me sustentava, me dava apoio e segurança, para essa palavrinha, para essa escolha, essa decisão. Duas perguntas que justificavam aquela negativa. O “Pra que?” e o “Por que?”.

Faça para você mesmo. Agora.

Pra que? Por que?

Por que tenho que fazer isso?

Pra que fazê-lo?

Que diferença faria se NÃO fizesse?

A vida oferece opções. A escolha é nossa e decidir dizer NÃO, muitas vezes, pode ser a mais sábia resposta, afinal de contas,  por que não escolher o não?

O efeito colateral com certeza será você levar a vida como gosta.

“Mas é preciso escolher, pois o tempo foge. Não há tempo para tudo. Não poderei escutar todas as músicas que desejo, não poderei ler todos os livros que desejo, não poderei abraçar todas as pessoas que desejo. É necessário aprender a arte de “abrir mão” – a fim de nos dedicarmos àquilo que é essencial”. Rubem Alves

Te desejo boas escolhas e a coragem de ser sincero com você mesmo.

Deixa um comentário prá mim? Obrigada!

 

 

 

 

 

 

 

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5 respostas

  1. Oi Fernanda tudo bem?
    Eu me dei conta disso aos 38 anos, ou seja os ‘sins’ que dizia para os outros e os ‘nãos’ para mim na mesma hora olha só o dilema. Foi a crise pré 40 anos, porém sempre digo que foi uma crise que me jogou para cima. Desfiz casamento que não estava mais rendendo, não me preocupar com a opinião dos outros como parentes, amigos etc… E foi libertador o primeiro não alto e num bom tom. É tão bom, porque os que te compreendem e ficam são as pessoas verdadeiras, sendo que é com essas que quero compartilhar minha vida. Ou seja o essencial bem enxutinha. bj
    Obs.: Atualmente tenho 60 aninhos como vês faz tempinho.

    1. Olá Sônia, realmente é muito libertador e também necessário. Você conhece um filme chamado Dogville? É mais ou menos sobre isso, o ser boazinha o tempo todo, até que….se puder veja. Mas enfim, que bom que conseguiu dizer os sins/nãos (rs). Não é todo mundo que percebe e saí dessa. Conheço pessoas de idade que ainda não aprenderam a fazer isso e provavelmente, nunca aprenderão. Obrigada pelo comentário, viu? beijão prá vc!

  2. Mais um post delicioso!!! É um tema de muita valia e quem o aplica só tem a ganhar! Também passei por esta transformação. Me sentia presa e atada à vontade dos outros por não conseguir me posicionar-se até o dia que me dei conta de quanto tempo e energia estava gastando. Desde então o “não” foi abrindo caminho na minha vida e me deu maior autonomia e qualidade de vida! Obrigada Fer, beijos.

    1. Oi Cassia, que bom que gostou do post! Mta coisa na vida é assim, empírica. É preciso ter coragem para experimentar, sair da nossa zona de conforto. Você inclusive acaba se descobrindo mais, se conhecendo melhor. No seu caso, se deu conta da energia e tempo que estava gastando e do quanto o “não” , como disse, lhe deu mais autonomia e qualidade de vida. Parabéns!!

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