De Sintra fomos de carro em direção à cidade medieval de Óbidos. Antes fizemos uma parada estratégica em Mafra, para almoçar e conhecer seu maravilhoso convento-palácio.
É bom lembrar que não é permitida a entrada de carros na área murada, onde logicamente todos os turistas querem ficar. Nós ficamos hospedados lá. O carro ficou estacionado na rua. Normal. Foi assim em Sintra também. Desencana, outra realidade. Deu tudo certo.
Um pouco sobre a Vila
Apesar de lembrar a palavra óbito, o nome dessa vila deriva do termo latino ópido que significa «cidade fortificada» (uhuu, viva a wikipédia).
A origem dessa localidade remonta ao século I, à cidade de Eburobrittium. Romanos, visigodos e árabes foram povos que marcaram esse lugar.
Em 11 de Janeiro 1148, foi tomada dos árabes pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, apoiado por Gonçalo Mendes da Maia.
Quando o rei Dinis casou-se em 1282, com Isabel de Aragão, Óbidos estava entre os presentes que deu à esposa. Na época foi um importante porto.
A cidade foi restaurada e conservada. Parece um cartão-postal.
As casas brancas ora tem detalhes em azul, ora em amarelo, ou os dois.
Durante o dia está atolada por turistas. À noite, todo mundo some. Acredito que seja porque a maioria faz um day tour, vindos de algum canto por perto. Nós pernoitamos por lá. Foi um ótima decisão.
Enfim, vamos dar nossa voltinha em Óbidos.
Cruzeiro da Memória
Construído no séc. XV para comemorar a vitória de D. Afonso Henriques ( o cara de Portugal) sobre os mouros. Local lendário onde as tropas montaram acampamento. Fica do lado externo à muralha. Não parece que acabaram de pintá-lo?
Porta da Vila
Principal entrada da Vila, construída em 1380. No seu interior encontra-se a capela-oratório da Nossa Senhora da Piedade, Padroeira da Vila . Os azulejos azuis e brancos representam a Agonia de Jesus no Horto e a sua Prisão.
Padrão Camoniano
Monumento de homenagem a Camões projetado pelo arquiteto Raúl Lino em 1932.
Rua Direita
É a principal rua da Vila e data dos séculos XIII e XIV, liga a Porta da Vila ao Castelo.
Pelourinho
A rua Direita leva à Praça de Santa Maria onde fica o Pelourinho, erguido em 1513. Perceba que ele está decorado com uma rede de pesca, emblema de D. Leonor, mulher de João II, que o escolheu em homenagem aos pescadores que tentaram salvar seu filho de um afogamento.
Igreja de Santa Maria ou Igreja Matriz de Óbidos
Do lado oposto ao pelourinho está a principal igreja de Óbidos a Igreja de Santa Maria. Nela, o futuro rei Afonso V casou-se com a sua prima Isabel em 1441. Ele tinha 10 anos, ela 8. Foi fundada entre 1148 e 1185.
O portal da Igreja é renascentista.
No interior, o teto é de madeira pintada e os azulejos do século 17.
No altar o retábulo de Josefa de Ayala Figueira, mais conhecida por Josefa de Óbidos, representa o Casamento Místico de Santa Catarina (1661). A pintora nasceu em Sevilha, na Espanha, mas passou a maior parte da sua vida em Óbidos, está enterrada na Igreja de São Pedro.
Igreja de São Pedro
A Igreja de São Pedro edificada no séculos XIII e XIV foi reconstruída após o terremoto de 1755. O destaque é para o retábulo (1690-1705) em talha dourada, técnica escultórica em que madeira é talhada (esculpida) e posteriormente revestida por uma película de ouro (show!).
Caso do Arco (cadeia)
As muralhas e o castelo
As escadas para subir nas muralhas que cercam a cidade e datam do século 14, estão ao lado da entrada principal. Existem trechos estreitos e a altura é de uns 10 metros. Eu andei de boa, mas é preciso cautela!
De lá de cima é possível avistar o Cemitério, a Igreja de São João Baptista e o Aqueduto de Óbidos (ou Usseira). Esse último foi construído por Catarina de Aústria, no século XVI. Tem aproximadamente 3 km de extensão. A Igreja data de 1309 , foi construida pela rainha Santa Isabel e ampliada no séc. XVI, atualmente alberga o Museu Paroquial de Óbidos.
Da muralha observei que havia uma construção muito bonita, ao fundo. Mais tarde descobri tratar-se do Santuário do Senhor da Pedra, onde no altar, existe um antigo crucifixo de pedra que é venerado. A construção é de 1740, em estilo barroco.
Contornado a muralha chega-se ao Castelo de Óbidos onde funciona uma pousada desde 1930. Pode? Isso causou grande indignação nos portugueses na época, foi a primeira vez que aconteceu de um monumento histórico ser ocupado para fins turisticos. Aquela janelinha azul é da pousada. Conta a lenda marketeira que é uma das melhores do mundo.
Igreja de Santiago
Situada bem próxima à entrada do castelo, foi edificada em 1186 e reconstruída após o terremoto de 1755. Atualmente no seu interior funciona a Grande Livraria de Santiago. Meio estranho, não acha? Uma livraria dentro de uma igreja histórica, hein?
A famosa ginja
Por todos os cantos da cidade você verá pessoas oferecendo a ginja para degustação. Bebida típica da vila, feita com uma frutinha chamada ginja O nome cientifico dessa cereja é Prunus cerasus, também conhecida por cereja ácida ou amarena. Nas ruas é servida em xicarazinhas de chocolate. Adorei. Não sou de comprar souvenirs mas não resisti à tentação. Termino esse post saboreando a ginjinha de Óbidos que ainda jaz na geladeira.
Como de praxe, te pergunto. Gostou do post?Conta prá mim! 🙂
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Fontes:
http://portugalemfotos.com.pt/pt/foto/cruzeiro-da-memoria-em-obidos-877/
http://www.cm-obidos.pt
4 respostas
Lindo, não conhecia esta cidadezinha. Desejo um dia ir a Portugal.
Parabens pela reportagem!
Obrigada Cris, seja muito bem vinda aqui! Acho que todo brasileiro deve colocar Portugal na sua lista de desejos de viagens. Eu pretendo retornar também, faltaram muitos lugares bacanas. Aliás, sempre vai faltar, né? bjss
Estive bem pertinho agora em outubro, fiquei uma semana em Ericeira.
Em março pretendo retornar e será uma das cidades por onde vou passar
Oi Fátima, fique um dia inteiro, pelo menos, se puder pernoite. Acho que vale a pena. Portugal tem muitos lugares interessantes para se conhecer. Acho importante ler muito antes de ir para lá.Livros sobre a História de Portugal. Eu fiz isso quando retornei, se tivesse lido antes, aproveitaria mais! bjs e um ótimo 2017 para vc!