O que é e onde fica.
Inhotim é um complexo museológico, constituído por uma sequência não linear de pavilhões em meio a um parque ambiental, conforme definição do próprio Instituto.
Situa-se no município de Brumadinho, Minas Gerais, a 50 km de Belo Horizonte. Ocupa uma área de 35 hectares de jardins, boa parte criada pelo paisagista Roberto Burle Marx em 1984.
Abriga uma coleção botânica de espécies tropicais, bem como um acervo artístico.
Segundo os moradores de Brumadinho, o local foi uma fazenda pertencente a uma empresa mineradora que, no século XIX, atuava na região e cujo responsável era um inglês, de nome Timothy – o “Senhor Tim”, que, na linguagem local, acabou virando “Nhô Tim” ou “Inhô Tim”.
De quem é Inhotim?
Essa Disneylândia de arte contemporânea, foi idealizada pelo siderúrgico brasileiro Bernardo Paz. Ironicamente, ele não é um grande apreciador de artes.
“Há obras de arte aqui que eu ainda não visitei e que todos me disseram que são espetaculares, mas por que eu deveria ir lá?”
“Eu não me considero apaixonado por arte. Mas de jardins, sim, eu gosto.” (Bernardo Paz).
Construiu um dos pavilhões para sua sexta-esposa, a artista plástica brasileira Adriana Varejão.
Bernardo Paz já teve um AVC, fuma à beça, toma tranquilizantes toda noite e nunca fez esportes.
Logística para chegar lá
Optamos por ficar em Belo Horizonte e nos hospedar no Hotel Othon. Modéstia a parte (rs), a logística foi perfeita. O hotel fica a apenas 5 minutos de táxi da rodoviária, onde diariamente, às 8:15hs, sai onibus da empresa Saritur para Inhotim. O retorno é às 16:30 durante a semana e às 17:30 aos sábados e domingos. O trajeto dura 1 hora quando o trânsito ajuda, mas se o caos impera, pode durar até 2 horas.
Fomos em uma sexta. sábado e domingo. São os dias de ingresso mais caro. Na quarta, inclusive, a entrada é gratuita.
Os três trajetos dentro de Inhotim
Existem três trajetos diferentes dentro do museu: rosa, amarela e laranja. Fizemos um por dia e indicamos.
Anota aí: um dia em Inhotim é missão impossível, dois é corrido mas dá para fazer (deixe um dia só para a linha laranja e os outro dois para a amarela e rosa), três dias é um tempo justo para desbravar esse magnífico acervo artístico e é o que eu indicaria.
A intenção é apenas dar uma noção do que você irá encontrar em cada trajeto.
As imagens dos artistas são todas da internet. Sinto falta de conhecer o rosto da pessoa, de saber quem está por trás daquela obra e conhecer um pouco da sua história. Isso me fascina. Se precisar de mais alguma informação nesse site você encontrará tudo que precisa.Vamos então a linha rosa!
A linha Rosa de Inhotim
Logo de cara, atrás da recepção, aparece a obra do americano Dan Graham- Bisected Triangle.
Os espelhos dessa obra causam distorções nos reflexos e confusão na percepção do espaço.
Os efeitos fotográficos ficam fantásticos!!!
Quando for ao Metropolitam Museum of Art de New York irá encontrar obras desse mesmo artista, que se considera um artista-escritor e publica ensaios e críticas sobre música rock.
A obra do artista filipino David Medalla, adepto da arte cinética (com movimento) Cloud Gates simboliza “o guerrilheiro filipino que, morrendo no jardim de sua casa, borbulhava sangue pela boca; o doce de coco que a mãe fazia; as nuvens sobre o Grand Canyon; uma cervejaria em Edinburgo, Escócia”
Do artista argentino, Victor Grippo, já falecido, a obra La intimidad de la luz expressa a passagem do tempo sobre um conjunto de mesas de trabalho de marcenaria. Durante o dia, a fresta de luz vai se movimentando, iluminando mesas diferentes. “A luz de qualquer lugar atribue sentido às coisas que tendem a ter sentido”.
Magic Square do brasileiro Hélio Oitica, foi primeiramente instalada pelo curador Marcio Doctors, no espaço de instalações permanentes do Museu do Açude- Circuito de Arte Contemporânea, vinte anos após a sua morte, que ocorreu em 22/03/1980. Faz parte de um grupo de seis trabalhos que se articulam em torno da praça e do quadrado, já que em inglês a palavra “square” tem os dois significados”.
Considerado um dos artistas mais revolucionários de seu tempo a sua obra é reconhecida internacionalmente.
A Tropicália – seu projeto e realização – encontra eco em outras manifestações artísticas do período: no cinema, com Glauber Rocha, no teatro do Grupo Oficina, na nova música popular criada pelo grupo reunido em torno de Caetano Veloso (1942) e Gilberto Gil (1942).
As três esculturas do artista plástico paulistano Edgar de Souza, representam uma figura masculina sem o rosto e foram baseadas no seu próprio corpo.
As 500 esferas de aço inoxidável da artista plástica e escritora japonesa Yayoi Kusama flutuam sobre um espelho de água, refletindo a paisagem do céu, a água, a vegetação e o próprio telespectador, por isso Narcissus Garden. Sua produção estabelece relação com movimentos como o minimalismo, a arte pop e o feminismo.
Yayoi Kusama conta que sempre foi atormentada por visões distorcidas, que a fazem enxergar bolas e pontos, por isso que motivos repetitivos e circulares são uma marca das suas obras. Kusama chamou atenção do publico quando organizou uma série de eventos nos quais os participantes nus foram pintados com bolinhas coloridas.
No pavilhão Miguel Rio Branco, o visitante fica completamente isolado do ambiente externo, no escuro. Na obra “Tubarão de seda” fotografias foram impressas diretamente sobre um tecido, que convida o espectador a percorrê-la não apenas com os olhos mas também com o corpo. A leveza do material, se contrapõe com a experiência de prazer e de medo.
Blue Tango, também de Miguel Rio Branco, formam um conjunto de fotografias tiradas no Pelourinho-Salvador.
No Sonic Pavillion, obra do artista americano Doug Atken, um furo de 200 metros de profundidade capta em tempo real os sons da terra que remetem à música minimalista de Terry Riley e Steve Reich.
O artista americano, Matthew Barney na obra “De lama lâmina” mostra o dualismo entre o destruição e criação, progresso e conservação, fecundidade e morte. Dá para perceber, né?
Todas as informações desse post foram retiradas das seguintes fontes:
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3741/tropicalia
http://economia.ig.com.br/o-empresario-brasileiro-que-gasta-us-70-milhoes-ao-ano-para-ter/n1597699134569.html.
http://revistatrip.uol.com.br/trip/bernardo-paz
Aguarde, logo os outros posts de Inhotim, estarão no ar. Se quiser deixar um comentário prá mim, ficarei muito feliz!
2 respostas
Parabéns, Fernanda, seus relatos sobre Inhotim são os melhores que já li. Minha sobrinha que se mudou para Belo Horizonte sempre me convida para conhecer a nova casa e irmos até ao Parque, onde ela costuma ir com os filhos frequentemente. É tão perto da capital mineira que, por sua vez também é próxima do Rio de Janeiro. E o melhor é que nem é preciso esperar as férias para ir, um final de semana é suficiente!
Sandra, muito obrigada pela atenção. Como já lhe disse adoro seus comentários. Havia muitos estrangeiros por lá, simplesmente deslumbrados com tudo aquilo. Você não acredita que está no Brasil, tamanho o capricho e organização. É um orgulho para nós termos um patrimônio cultural desse montante. Você iria gostar muito, tenho certeza. Três dias são suficientes. Se quiser ficar em B.H. o Hotel Othon é uma excelente opção, como mencionei no post, porque é perto da rodoviária. Qualquer informação que precisar estou por aqui, viu? Bjão.