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Essa louca e divina Marraquexe: 7 lugares que você tem que ir

Mercado na medina de Marraquexe
Soco (mercado) na Medina de Marraquexe, Marrocos

Enfim Marraquexe, a Cidade Vermelha

Deixamos Ouarzazate e seguimos para Marraquexe,  destino #8 do nosso roteiro de 14 dias pelo Marrocos. A distância entre as duas localidades é de aproximadamente 193km que foram feitos em quase 4 horas! Isso porque a  estrada é toda sinuosa, repleta de desfiladeiros e penhascos, uma aventura e tanto. Aja adrenalida e dramim (rs). Acho que foi um dos trechos mais tensos da viagem. Por outro lado, as paisagens são deslumbrantes. Fizemos várias paradinhas para curtir o visual da cadeia do Alto Atlas.

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Trajeto entre Ouarzazate e Marraquexe, o Alto Atlas, Marrocos

Marraquexe fica no sopé da cordilheira. É também  conhecida como Cidade Vermelha devido à coloração da arquitetura das suas casas. Das quatro cidades imperiais de Marrocos é aquela que atrai mais turistas. Curiosa para saber a origem do nome, descobri que deriva da palavra berbere “mur(n)akush” que significa “Terra de Deus”.

Como a maioria das cidades do norte da África, é essencialmente dividida entre uma medina (parte fortificada antiga da cidade) e a parte moderna chamada de Gueliz.

Nossa chegada foi bizarra. Uma pequena introdução à maluquice da cidade. Moleques em uma lambreta,  com capacetes semelhantes a pinicos invertidos,  brotaram do trânsito maluco e se ofereceram para auxiliar o nosso motorista a encontrar o nosso Riad. Depois de tudo combinado entre o Omar e os garotos (dim-dim na mão), saíram em disparada na nossa frente, desaparecendo na primeira esquina. Há-há-há. Faríamos isso no Brasil?

Enfim, consumado o episódio inicial, Omar conseguiu um lugar para estacionar o carro. Saímos caminhando com nossas pequenas bagagens (ainda bem), em direção à Praça Jemaa el -Fna. Finalmente conseguimos localizar a nossa hospedagem, que ficava nos arredores da praça: o Riad Andalla. Acertei na mosca! Super bem localizado e decorado. Os cocierges, ótimos e divertidos. O café da manhã é no terraço de onde se tem uma bela vista do famoso minarete da Mesquita de Koutobia. A diária varia com o quarto, escolhemos o mais em conta, cerca de 75 euros.

Riad Andalla em Marraquexe, terraço com vista para o minarete da Koutobia.

Dois dias em Marraquexe- o que fazer?

Dentro do tempo que dispunhamos em Marrocos, fiquei super em dúvida entre ficar mais tempo (um dia a mais) em Fez ou em Marraquexe.

Procurei informações nas internet, escarafunchei ao máximo  e tive a percepção de que Fez era menos turística que Marraquexe e, portanto, mais minha praia. A realidade foi essa mesma. A Cidade Vermelha é bem mais arrumadinha e estruturada para o turismo, Fez me pareceu “menos cuidada”, mas , por outro lado, mais marroquina. No entanto, confesso que me apaixonei por Marraquexe. Talvez sua doideira tenha se afinado com a minha.

Dentro do escassíssimo tempo que tínhamos para explorar a cidade, tivemos que focar muito. Contratamos um guia local no primeiro dia, indicação do Omar, nosso motorista. No segundo dia, mais confiantes, nos viramos por conta própria. No período da manhã o guia nos mostrou rapidamente os lugares do grupo ‘imperdiveis’, todos próximos à Praça Jemaa el -Fna.

#1-Mesquita de Koutobia

Fica bem próxima da Praça Jemaa el-Fna.  Não é permitida a entrada de não-muçulmanos, como na quase totalidade de todas as mesquitas marroquinas, portanto, tivemos que nos contentar em contemplar somente seu exterior. Além de importante centro espiritual é uma verdadeira jóia arquitetônica. Consta que a construção da Giralda em Sevilha, na Espanha, se baseou na arquitetura da Koutobia.

Minarete da Mesquita de Koutobia, em Marraquexe, Marrocos
Minarete da Mesquita de Koutobia, em Marraquexe, Marrocos

#2 Socos da Medina

No caminho para os socos (mercados) da medina, passamos em frente a esse luxuoso hotel- Les Jardins de La Koutobia. Fiquei encantada com a entrada e os detalhes sobre as portas.

Hotel Les Jardins de la Koutobia, em Marraquexe, Marrocos
Hotel Les Jardins de la Koutobia, em Marraquexe, Marrocos

Soco é um mercado ou feira, formado por um conjunto de lojas ou bazares especializados em um mesmo produto. Dentro da Medina de  Marraquexe existem 18 socos (ou mercados) especializados.  É possível ver o processo de obtenção de vários produtos, como nos socos especilializados em ferragens e tecelagens. Nesse último, nós vimos todo o procedimento de tingimento e obtenção daqueles maravilhosos lenços marroquinos. Tudo é muito artesanal e rudimentar. Temos a impressão de que voltamos no tempo.

Soco de tecelagem da medina de Marraquexe
Soco de ferragens na medina de Marraquexe.

Fiquei encantada com as portas das construções dessa área. A cidade foi fundada  em 1071  pelo sultão Youssef Ibn Tachfine, desse modo, várias delas datam dessa época. Verdadeiras relíquias históricas. Praticamente um museu a céu aberto.

Portas na Medina de Marraquexe.

Nas fotos abaixo, mais detalhes da medina, suas ruelas estreitas e passagens labirínticas.

Pelas ruelas da medina
Pelos socos e ruelas da Medina de Marraquexe.

Nosso guia local nos levou para uma loja de cosméticos- farmácias de manipulação,  onde vendem produtos à base de óleo de Argan. Já havíamos conhecida uma idêntica em Fez. Dentro da loja, mulheres marroquinas sentadas no chão demonstram como o ouro liquido marroquino é obtido. O procedimento é manual e rudimentar. As castanhas são quebradas manualmente para retirada das sementes utilizando pedras. Depois são colocadas em um moinho de pedra para extração do óleo. A planta de onde se extrai o óleo de Argan só existe no Marrocos. Os marroquinos tem muito orgulho de serem os únicos no mundo que produzem esse raro produto com excelentes propriedades para uso capilar e dermatológico.

Mulheres quebrando as castanhas para retirada das sementes de argan
Mulheres quebrando as castanhas para retirada das sementes de Argan

#3 Madraça Ben Youseff.

Madraças ou medersas são as antigas escolas islâmicas

onde os estudantes aprendem a interpretar o alcorão (livro sagrado dos muçulmanos), estudam árabe, a xaria (direito islâmico), lógica e a História do Islão.

A arquitetura árabe é riquíssima em detalhes. Como o Islã não permiti o uso de imagens, os arquitetos e artistas abusam das figuras geométricas, arabescos e da caligrafia árabe. A Madraça Ben Youseff é um belo exemplo dessa beleza artística e arquitetônica. É a maior madraça de Marrocos e foi um dos colégios teológicos mais importantes do Norte de África. Chegou a ter 900 alunos.

Na foto abaixo veja o mihrab, nicho voltado para Meca que orienta a posição para as cinco rezas diárias.

Madrassa Ali ben Youseff, Marraquexe, Marrocos
Madrassa Ali ben Youseff, Marraquexe, Marrocos

#4 Jardin Majorelle

É um verdadeiro oásis de paz e tranquilidade na maluca Marraquexe. Gostei tanto de lá que fiz um post exclusivo para ele, basta clicar aqui.Fomos com o Omar, de carro, pois fica fora e um pouco afastado da medina.

#5 Praça Jemaa el-Fna

A Praça el Jemaa el -Fna é ainda hoje a mais movimentada e animada da África e o centro nevrálgico de Maraquexe. Em 2001 foi inscrita na lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O nome significa “assembleia dos transgressores” ou “dos malfeitores”. No passado era o local onde se realizavam decapitações públicas.Durante o dia é bem sossegado, mas à noite ferve!

Praça Jemaa el-Fna em Marraquexe
Praça Jemaa el-Fna em Marraquexe

#6 Palácio Bahia

O La Bahia (o Belo), ocupa uma área de 80.000 m2 e possui 150 quartos. Foi construído durante 14 anos, com os melhores  artesãos de Marrocos.

Na parte aberta ao público está um pátio, rodeado pelos cômodos que abrigaram as 4 esposas e as 24 concubinas de Ahmed ben Musa.

Pátio do Palácio Bahia em Marraquexe, Marrocos
Pátio do Palácio Bahia em Marraquexe, Marrocos

Foi construído na década de 1860 pelo  grão-vizir Sir Moussa, um antigo escravo “de pele escura” do palácio do sultão. Ahmed Ben Musa, filho de Sir Moussa, foi grão vizir do Marrocos entre 1894 e 1900 e o responsável pela renovação do palácio.

Glaoui em 1908,  um dos mais célebres líderes políticos do Marrocos da primeira metade do século XX, utilizou o Palácio Bahia  para entreter convidados franceses que,  em 1911, o expulsaram de lá e instalaram no Palácio Bahia o résident-generaux do protetorado. Legal, hein?

#7 Tumbas Saadianas

Esse suntuosos complexo funerário foi descoberto em 1917 pelos oficiais do “Service de Beaux Arts et des Monuments Historiques”.

Foi construído pelo sultão saadiano Ahmed al-Mansour ed-Dahbi.

O mausóleu principal, chamado de Câmara dos Onze Pilares,  é onde fica o seu túmulo e da sua família, ornamentados com mármore italiano de Carrara e com um estuque em forma de favo de mel folheado com ouro muqarnas.

Tumbas Saadianas, Marraquexe, Marrocos
Câmara dos 12 pilares, Tumbas Saadianas, Marraquexe, Marrocos
Detalhes do folheado com ouro mugarnas, Câmara dos Onze Pilares, Marraquexe, Marrocos.
Detalhes do folheado com ouro muqarnas, Câmara dos Onze Pilares, Marraquexe, Marrocos.
Tumbas Saadianas, Marraquexe, Marrocos
Tumbas Saadianas, Marraquexe, Marrocos.

De Marraquexe seguimos para Casablanca, nosso último destino em Marrocos.

Para conhecer um pouco mais sobre esse exótico e maravilhoso país, com uma cultura tão diversa da nossa, veja os posts:

Tânger: a porta de entrada para Marrocos

Chefchaouen: a cidade azul do Marrocos

Fez, a capital espiritual e cultural do Marrocos

Volubilis: o Império Romano em Marrocos

Meknès: a cidade do sultão que teve 500 mulheres

Jardin Majorelle: o refúgio de Yves Saint Laurent em Marraquexe

Marrocos: tudo que você precisa saber antes de ir

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