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Esse fantástico e (quase) indescritível Atacama

Paisagens lunáticas onde? No Vale de La Luna, Atacama, Chile
Paisagens lunáticas? Onde? No Valle de La Luna, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Escrevo esse post recém chegada de San Pedro de Atacama, a base para conhecer o Deserto do Atacama.

Foram 9 dias entre o Atacama, no norte do Chile e Uyuni, no Departamento de Potosí na Bolivia. Depois de retornar, indicaria uma estadia mais longa, de pelo menos uns 12 dias.

O Deserto de Atacama

Posso afirmar que conheci lugares maravilhosos aqui no Brasil e no exterior, mas nunca vi paisagens tão exoticamente belas como as do Deserto de Atacama e no percurso para o Salar de Uyuni, incluindo o próprio. O lugar é surreal. Planetário.

O Deserto do Atacama é o mais árido do mundo. À falta de umidade, juntam-se as condições de elevadas altitudes e vento associado, muitas vezes, com uma mistura de areia e terra. Imagina uma umidade de ar igual a zero. Tudo fica esturricado de seco, inclusive a gente. Mãos, lábios e olhos, tudo sequinho.

Vulcões no Atacama, Chile
Vulcões. Tem mais de cinquenta na região do Atacama,Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)

A sua grande companheira será a garrafinha de água. Ficar sem ela, quase um ato de  loucura ou insensatez, pois o risco de se desidratar é grande. Não subestime o clima desértico!

A oscilação térmica é ampla a ponto de você sair de casaco e calça pela manhã, ficar de camiseta e shorts durante o dia e colocar tudo de novo à tardezinha. Eu desenvolvi uma certa tolerância ao calor e optei pelas camisetas de manga longa, com proteção U.V., mesmo nas horas mais quentes do dia, dispensando o tira-põe. A-D-O-R-E-I essa ideia. Praticamente abandonei o protetor solar para áreas corporais mais extensas.

Observe na foto da Penelope charmosa (euzinha kkk), o kit básico de sobrevivência no Atacama: camiseta com proteção U.V. de manga longa, óculos escuros, boné, mochila média e garrafinha de água na lateral. Nos pés? Bota.

Camisetas de manga longa com proteção ao U.V., boné, óculos escuros, bota, água e mochila média- basicão para o Atacama.
Camisetas de manga longa com proteção ao U.V., boné, óculos escuros, bota, água e mochila média- o basicão para o Atacama.

San Pedro (ou Perros) de Atacama

A base para conhecer a região é a comuna local de San Pedro de Atacama.  A capital arqueológica do Chile (Atacama) se localiza em uma depressão pré-altiplânica a 2438 m de altitude, tem menos de 2000 habitantes e fica a cerca de 98 km do Aeroporto El Loa (de Calama).  Fizemos o translado Aeroporto – San Pedro de Atacama com a Transvip, cujo balcão fica próximo à porta de saída do aeroporto. Logo que chegamos já compramos o bilhete de ida e volta por 20.000 pesos/cabeza. Foi preciso apenas confirmar 24 horas antes, por telefone, o horário e local para nos pegar no retorno.

Em San Pedro, as ruas são de terra batida no centrinho e arredores. Curiosamente, ao nos afastarmos  da área mais turística, encontramos ruelas pavimentadas com pedras.

Desayunos e comidinhas em San Pedro de Atacama

A vila tem ótimas cafeterias e restaurantes. Essa, da foto, tem uma decoração bem transada e música gostosa. O ambiente é um pouco apertado. Tem wifi para os conectados compulsivos.

Cafeteria em San Pedro de Atacama
Fachada de uma cafeteria na Rua Toconao (do nosso hostal), San Pedro de Atacama, Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)

Pessoalmente, preferi o desayuno (café da manhã) do Salon de Thé que fica na Rua Caracoles. As tostadas de lá são imbatíveis! Só peca pelo café, é tinto, feito com nescafé (bah!).

Nossa escolha número 1 para almoço foi o Barros Café e Restaurante. Os pratos são bem servidos, o preço é bacana e fica praticamente na frente da Atacama Connection, a agência que escolhemos, de onde saiam as vans para os passeios. O La Picada del Indio também agradou. Comida farta e preço justo. Não conhecemos o Las Delicias de Carmem, mas foi bem recomendado pela Pauline, nossa guia do Free Walking Tour.

Fonte: Google Maps

Impossível você não perceber  a enorme quantidade de perros (cachorros) que residem nas ruas da vila.  Por isso que é também apelidada de San Perro de Atacama.

San Pedro de Atacama
Los perros de Atacama, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Os perros são respeitados pelos habitantes. Tem nomes e ficam em lugares específicos. São dóceis e silenciosos. Cativantes. Presenciamos um, espertíssimo, retirando com discrição e elegância, um a um, os saquinhos de lixo de uma lixeira da Praça de Las Armas (central).

San Pedro de Atacama, Chile
Os perros tem seus “cantinhos” próprios nas ruas de San Pedro de Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Na Praça de Las Armas (Central) tem Wi-Fi free. Grupos musicais se apresentam de vez em quando em um palco improvisado.

Músicos se apresentando da Praça Central, San Pedro de Atacama, Chile
Músicos se apresentando na Praça Central, San Pedro de Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

É  o ponto de encontro para os free walking tours. Fizemos dois. Um que saía às 10 horas e outro às 15 horas. Aconselho fazê-los logo nos primeiros dias. A nossa guia, nos dois tours que fizemos,  foi a Pauline, uma francesa que mora há 3 anos em Atacama e que preferiu a aridez do deserto ao requinte de Paris.

Procure as múmias, no nada convencional Cemitério de San Pedro de Atacama.

Free walking tour, com a Pauline! Procure as múmias no cemitério, nada convencional de San Pedro.
Free walking tour, com a Pauline em San Pedro de Atacama,  Chile (Fotos: Júlia Moretzsohn)

Nesse tour, o olhar é muito menos turístico e mais nativo. Se não fosse por ele jamais teríamos conhecido o singular cemitério de Atacama e o significado das bandeiras negras sobre aqueles muros de adobe.

A Igreja de San Pedro de Atacama fica ao lado da Praça Central.

Igreja San Pedro de Atacama, Chile (Foto: FErnanda Moretzsohn)
Igreja San Pedro de Atacama, Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)

A igreja foi construída em pedra + adobe e o teto em madeira de chãnar e algarrobo. Foi restaurada recentemente. Desde 1951 é considerada Monumento Nacional.

Interior da Iglesia de San Pedro de Atacama, Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)
Interior da Iglesia de San Pedro de Atacama, Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)

A rua principal é a Caracoles, onde fica a  Heladeria Babalou com sorvetes artesanais e sabores pouco convencionais como o de folha de coca e de pisco sauer. Nessa rua você encontra também a Farmácia Cruz Vermelha, caixas eletrônicos, cafeterias, restaurantes, lojinhas de artesanatos e, entre cada um deles, uma agência de turismo (rs).

rua do comércio em San Pedro de Atacama, Chile
Rua Caracoles, a principal de San Pedro de Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn).

Se você precisar sacar pesos nos caixas eletrônicos lembre-se que você pagará uma taxa de aproximadamente 21 dólares por saque.

A vila tem uma excelente estrutura turística. A oferta de hostals é imensa. Atenção! Hostal não é hostel. Digamos que é um nível acima.

Ruas de San Pedro de Atacama, Chile
Pelas ruelas de San Pedro de Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Para os mais abastados existe a opção de hoteis de luxo, como o Cumbres, por exemplo, com SPA, piscina, restaurante, e por aí vai. Sinceramente, não faz meu estilo de viajar e nem cabe no meu bolso.  Os hostais tem quartos coletivos e privados, banheiros compartilhados ou não e com uma estrutura básica suficiente para focar seu tempo no que interessa: a exploração do lugar.

O nosso hostal, o Toconao 648, ficava um pouco afastado do centrinho, não tinha desayuno (café da manhã), mas tínhamos uma cozinha básica. Era um quarto para três com banheiro privativo. Simples e suficiente. Tinha até uma sacadinha, que funcionou como uma eco-secadora-de-roupas (hah, hah, hah).

Rua Toconao, em frente ao nosso hostal. Observe o chão de terra batida e os muros de adobe das construções (Foto: Júlia Moretzsohn)

Passeios…vamos aos passeios

Contratamos todos os passeios em uma única agência a Atacama Connection. Boa? Dificil avaliar sem conhecer as outras. Muitas pessoas falam bem da flaviabiaexpediciones. Dei uma olhada no site, mas achei que não era bem meu perfil. Enfim, fica aqui a dica para quem quiser avaliar. O que pra mim pesa muito são os guias. Não gosto de ninguém cronometrando o meu tempo. Você tá curtindo um lugar e tem que ir embora, porque ainda tem isso, isso e aquilo para ver. Pressão? Tô fora.  Por isso que hoje optaria, por exemplo, para ir ao Valle de la Luna e da Morte, saindo de manhãzinha. São 16 km de distância de Atacama. É possível ir de bike e dispensar qualquer agência, não acha? Mas os demais lugares que fomos, para os seres humanos comuns, não dá.

Outros dois lugares que com disposição e um espírito atleta dá para encarar: Pukará de Quitor (3 km de Atacama) e Ruinas de Tulor (8 km). Infelizmente não deu tempo para fazer. Não falei que 9 dias era pouco?

Valle de La Luna e da Morte (ou de Marte), Três Marias e Mirante do Kari

O geólogo Gustavo Le Paige, nos anos 50 e 60, ficou impressionado com as formações rochosas e de sal desse vale.

A sensação é de estar na Lua/Marte sem sair da Terra. É uma boa opção para começar a desbravar a região, pois fica na mesma altitude que a vila.

Valle de La Luna, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)
Valle de La Luna, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Normalmente as tocentas agências de Atacama fazem o kit Valle de La Luna + Vale da Morte + As Três Marias + por do sol no Mirante do Kari com um aperitivo ao ar livre. O tour sai às 15 – 16 horas das agências e retorna por volta das 19 – 20 horas. É cobrada uma taxa de 2000 pesos para entrar, estudantes tem desconto. O custo do passeio é de 10.000pesos/cabeza.

Vale de La Luna, Atacama, Chile
Valle de La Luna, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

No Vale de La Luna, diante de imagens lunáticas, éramos brindadas por terra vinda do chão e areia proveniente das dunas, que entravam nas narinas e escorregavam pela garganta, detalhes que as fotos não mostram, mas que existem. Com um lenço de pescoço ou echarpe  improvisávamos um “filtro” contra a poeira.

Vale de La Luna, Atacama, Chile (Foto: Vale de La Luna)
Valle de La Luna, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

As Três Marias foi nossa próxima parada. É uma formação que brota do solo e transborda literalmente na superfície. É composta por granito, argila, quartzo e gemas.

As Três Marias, formação rochosa no Vale de La Luna, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)
As Três Marias, formação rochosa no Valle de La Luna, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

No Vale da Morte ou de Marte há trincas e pegadas carimbadas no chão esturricado pela seca.

Há duas versões para o nome: (1) os povos e animais que não resistiam à travessia das Cordilheiras dos Andes morriam ali mesmo (2) o arqueologista Gustavo Le Paige encontrou vários esqueletos humanos no local e deduziu que os atacameños velhos e doentes iam lá para morrer.

Vale da Morte ou de Marte, Atacama, Chile.
Valle da Morte ou de Marte, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Mirante do Kari

Qualquer intenção de foto, na Pedra do Coyote, foi banida, após alguns incidentes com turistas mais preocupados com o número de curtidas no Facebook do que com a própria segurança.

Pedra do Coyote, no Mirante do Kari, Deserto do Atacama, Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)
Vista do Mirante do Kari, Deserto do Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Lagunas Escondidas ou de Baltinache

A 40 km de Atacama, em plena Cordilheira do Sal, estão “escondidas” 7 lagunas com alta concentração de sal e uma coloração ímpar.

Laguna Escondida de Baltinache, Deserto do Atacama, Chile.
Em uma das Lagunas Escondidas, minha filha faz “pose” de fotografo (=sem pose alguma) (Foto: Fernanda Moretzsohn)

São administradas pela Comunidad de Coyo. A entrada custa 5000 pesos, estudantes pagam 3000 pesos.

Lagunas Escondidas de Baltinache, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Somente é possível entrar para flutuar (impossível afundar), na primeira e na última delas.

Lagunas Escondidas de Baltinache, Atacama, Chile.
Lagunas Escondidas de Baltinache, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Dizem que as lagunas apareceram quando o salar começou a ser perfurado para exploração de lítio. “Foram criadas por intervenção humana?”, perguntei ao nosso guia, que desconversando me respondeu “somente a da entrada, que nem faz parte do conjunto das sete”. Voltei para o Brasil ainda com dúvidas.

Artificiais, naturais ou semi-naturais?  Independente da resposta são maravilhosas…

Lagunas Escondidas de Baltinache, Atacama, Chile.
Lagunas Escondidas de Baltinache, Atacama, Chile (Foto: Júia Moretzsohn)

Piedras Rojas e Lagunas Altiplânicas

A van passou cedinho no nosso hostal. No trajeto cruzamos o Trópico de Capricórnio. Essa linha imaginária  também passa próxima à cidade de São Paulo. Quando estiver funcionando a linha aérea São Paulo-Calama, ficará muito mais fácil chegar em Atacama, pois não haverá mais necessidade de fazer conexão em Santiago.

Trópico de Capricórnio, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)
Trópico de Capricórnio, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

O nosso grupo era restrito e majoritariamente europeu. Um casal misto (francesa com irlandes), outro de ingleses, um eslovaco e nosso trio.

A primeira parada foi no Povoado de Socaire onde fizemos nosso desayuno depois que a nossa guia acordou os proprietários do local (rs). Bizarro.

Os banõs do restaurante careciam de descarga, o processo de despacho de dejetos humanos era feito pelo próprio freguês, utilizando água armazenada em tanques.

Socaire é um pequeno povoado. Fica a 86 km de San Pedro de Atacama e tem menos que 1000 habitantes. Depois de devidamente “abastecidos” seguimos para as Piedras Rojas.

Destinos do tour de  Piedra Royas, Atacama,Chile (Fonte: Google maps)

No caminho avistamos algo semelhante a um coelho selvagem, era uma viscacha. Prazer em conhecê-la :).

O termo viscacha é utilizado para esses roedores sul-americanos, parentes da chinchila. Nome cientifico: Lagidium viscacia

Biscacha, roedor do Atacama, Chile
Viscacha, roedor do Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

A vicunha (Vicugna vicugna) é o menor camelídeo andino.

Camelídeo? Termo utilizado para designar a família de mamíferos artiodáctilos (número par de dedos), ruminantes, que inclui o camelo, dromedário, lhama, alpaca e guanaco além da nossa fofinha vicunha.

Vicunha, no caminho para a Laguna Chaxa, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)
Vicunha, no caminho para a Laguna Chaxa, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

As Piedras Rojas não estavam tão rojas assim como sugere a foto, mas isso pouco importou diante do conjunto da obra. Esse foi um dos passeios que mais gostei no Atacama.

Piedras Rojas, Deserto do Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Na Laguna Chaxa surgiram as primeiras manifestações do mal das alturas. Minha filha e irmã tiveram dor de cabeça. Eu não senti nadinha.

Laguna Chaxa nas Piedras Royas, com o Vulcão Miniques ao fundo
Laguna Chaxa nas Piedras Royas, com o Vulcão Miniques ao fundo.
Casal de ingleses ajudam minha filha a subir na pedra, Laguna Chaxá, Atacama, Chile
Casal de ingleses ajudam minha filha a subir na pedra, Laguna Chaxa, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Lagunas Altiplânicas- Miscanti e Miniques

Localizadas na comunidade Atacamena de Socaire, fazem parte da Reserva Nacional de Los Flamengos. Ficam muito próximas uma da outra. Nesse ponto você vai experienciar algo acima de 4100mt de altitude.  Essa é uma informação muito importante, a menos que você goste de sofrer faça como fizemos: deixe as altiplânicas para o terceiro ou quarto dia depois da sua chegada.

Laguna Miscanti, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)
Laguna Miscanti, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

A Laguna Miscanti tem 15 km quadrados de extensão. Sua superfície pode congelar no inverno (uauuuu!!!).

Laguna Miscanti, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)
Laguna Miscanti, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

É proibido navegar na laguna, mas um belo dia, uma criatura “esperta” alugou essa casinha, inflou seu barquinho e saiu remando no azulão dessa obra de arte. Desde então, a cabaninha permanece fechada🙄.

A Laguna Miñique tem 1,5 km quadrado e é alimentada pela Miscanti.

Lagunas Altiplânicas, Deserto do Atacama, Chile
Laguna Miñiques, Deserto do Atacama, Chile.

No caminho para o povoado de Socaire tivemos uma agradável surpresa. Lupinos floriam! Mais uma semana e não teríamos visto esse finalzinho de primavera no deserto mais árido do planeta. Esse ano ocorreu uma rara florada. Acontece a cada 6 ou 7 anos devido às chuvas intensas na primavera.

Lupinos no Atacama, Chile

Igreja Santa Bárbara  de Socaire

A segunda parada no Povoado de Socaire, já em direção ao Setor Soncor da Reserva dos Flamingos, teve por objetivo entrar na sua igreja histórica. Suas paredes de adobe não ultrapassam os 4 m de altura e utilizaram chañar (árvore típica local) e cactos nas suas vigas. Dois dias legais para estar por lá são 24/08 e 14/10.  Na  primeira data é celebrado o dia do seu patrono, com musicas e festas tradicionais. No dia 14 de outubro ocorre a “Limpa de Canais” no qual toda  a comunidade participa retirando restos da terra para que a água flua, tudo regado com musicas e baile.

Igreja Santa Bárbara em Socaire, Atacama, Chile

Igreja Santa Bárbara em Socaire, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

No interior da Igreja de Santa Bárbara, no Povoado de Socaire, Atacama, Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)

No interior da Igreja de Santa Bárbara, no Povoado de Socaire, Atacama, Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)

Reserva Nacional Los Flamengos

Na verdade a Reserva Nacional Los Flamengos engloba 7 setores. O setor Soncor se localiza do lado oriental do Salar de Atacama. É essa área que visitamos.

Já havia visto flamingos ao vivo antes, mas enclausurados.  Vê-los no seu habitat natural é algo bem diferente.

Flamingos Andinos no Setor Sokor da Reserva dos Flamingos, Atacama, Chile
Flamingos Andinos no Setor Soncor da Reserva dos Flamingos, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)
Flamingos Andinos no Setor Soncor da Reserva dos Flamingos, Atacama, Chile
Flamingos Andinos no Setor Soncor da Reserva dos Flamingos, Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn)

Os flamingos da foto são os chamados Flamingos Andinos (Phoenicoparrus andinus)

Povoado de Toconao

É uma comunidade Likan-Antai, mais conhecidos como Atacameños. São descendentes ou, mais provavelmente, mestiços dos primeiros habitantes daquela região.

A cidade tem um centrinho arborizado e agradável. A arquitetura local é colonial. As casas foram construídas com pedras vulcânicas. Há lojinhas com artesanato colorido na região central, onde também fica a igrejinha.

Fachada da igreja, interior e campanário, Toconao, Toconao, Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)
Fachada da igreja, interior e campanário, Toconao, Toconao, Chile (Foto: Fernanda Moretzsohn)

O que me chamou a atenção foi o teto dessa igrejinha, no mesmo estilo das igrejas de Socaire e de San Pedro de Atacama. As três são singelas e simples. Apenas a frente do campanário que dá para a igreja foi restaurada.

Artesanato, lojinhas, centrinho e vista do campanário (lado não restaurado) que dá para pracinha central. Toconao, Chile (Fotos: Fernanda Moretzsohn)
Artesanato, lojinhas, centrinho e vista do campanário (lado não restaurado) que dá para pracinha central. Toconao, Chile (Fotos: Fernanda Moretzsohn).

No dia seguinte começamos o nosso tour de 4 dias para o Salar do Uyuni que descreverei em outro post. Aguarde.

Museu do Meteorito e Tour Astronômico

Voltamos quebradas do Uyuni. Naquele sábado havíamos acordado às 4:30 h da manhã para não pegar muita fila na fronteira. Chegamos em San Pedro de Atacama perto do horário do almoço. No domingo a programação era madrugar de novo para conhecer os Geisers de Tatio, mas a minha filha não estava se sentindo bem. Fiquei com ela. A minha hermana foi.

No domingo, nosso último dia em Atacama, conhecemos o Museu do Meteorito e, à tarde, fizemos mais um free walking tour para outras bandas, com a Pauline, lembra?

Museu do Meteorito, San Pedro do Atacama, Chile
Museu do Meteorito, San Pedro do Atacama, Chile

Para alguém cujo conhecimento astronômico é algo perto do nulo (rs), aprendi muito. Uma das informações mais legais foi a de que o dono da propriedade faz um tour para uma cratera meteorítica localizada ao sul do Salar de Atacama, a de Montoraqui. Segundo as informações do museu, essa cratera foi descoberta em 1962 por um arqueólogo, tem 380 m de diâmetro e 31 m de profundidade, considerada a maior do Chile. Estima-se que o meteorito que a formou tinha um diâmetro de 13 m e quando caiu estava com uma velocidade de 54.000 km/h. A onda de choque produziu um impacto equivalente a 2 bombas atômicas de Hiroshima!!! Esse tour já está na programação do próximo retorno para Atacama.

Às 21 horas, a van do Atacama Conection nos levava para finalizar nossa aventura admirando e conhecendo um pouco de um dos céus mais lindos do planeta: o do Deserto de Atacama.

Céu de Atacama, San Pedro de Atacama, Chile
Céu de Atacama, San Pedro de Atacama, Chile (Foto: Júlia Moretzsohn, edição: Fernanda Moretzsohn)

Fizemos o tour de 4 dias e 3 noites para o Uyuni. INDICO! Clique aqui para saber como foi.

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4 respostas

  1. Amei o posts, muito bons e úteis os comentários, fotos lindas. Aguardo ansiosa o outro post, valeuuuuuu!!!

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